A glicose alta no sangue, também chamada de hiperglicemia, é silenciosa, mas nem tanto. O corpo costuma dar vários sinais de que algo está fora do equilíbrio, especialmente quando os níveis de açúcar no sangue estão elevados por longos períodos. O problema é que muita gente ignora esses alertas ou confunde com outros sintomas do dia a dia, o que pode aumentar o risco de complicações graves do diabetes, como a cegueira ou doenças cardiovasculares.
Mais preocupante ainda: quase metade das pessoas com diabetes tipo 2 nem sabe que tem a doença. Quando descobrem, em muitos casos, o organismo já sofreu algum tipo de dano. Por isso, identificar os sinais da glicose alta o quanto antes pode fazer toda a diferença.
Olhos: os primeiros a dar o alerta de glicose alta
Um dos primeiros lugares afetados pela glicose alta são os olhos. A visão embaçada aparece quando os níveis de açúcar no sangue alteram a estrutura do cristalino e provocam retenção de líquidos. A pessoa começa a enxergar turvo, com dificuldade de focar, e pode até pensar que precisa apenas de novos óculos. No entanto, esse sintoma isolado já pode ser um indicativo de alteração glicêmica.
Outro sinal importante é a perda da claridade visual. A visão começa a escurecer, como se uma sombra encobrisse parte do campo de visão. Isso acontece porque a glicose elevada retira a umidade natural dos olhos, tornando-os secos e irritados. Essa secura pode causar vermelhidão, coceira, ardência e a constante sensação de precisar usar colírio.
Em casos mais avançados, podem surgir pontos escuros na visão. Isso indica que os vasos sanguíneos da retina já estão comprometidos, um estágio que pode evoluir para retinopatia diabética. Sem controle e acompanhamento médico, essa condição pode levar à cegueira.
Sintomas sistêmicos: o corpo inteiro sente a glicose alta
Mas os olhos não são os únicos afetados. A glicose alta causa uma série de sintomas sistêmicos, que precisam ser levados a sério:
- Sede excessiva: O corpo tenta compensar a glicose alta estimulando a ingestão de água;
- Urina frequente: Os rins trabalham mais para eliminar o excesso de açúcar, levando a idas constantes ao banheiro;
- Cansaço constante: Mesmo dormindo bem, a pessoa se sente exausta. A energia que o corpo deveria usar está bloqueada pela falta de insulina eficaz;
- Fome exagerada: A glicose não entra corretamente nas células, o que gera sensação de fome contínua, mesmo após comer;
- Perda de peso inexplicada: O corpo começa a queimar gordura e músculo como fonte alternativa de energia;
- Infecções recorrentes: A glicose alta enfraquece o sistema imunológico, facilitando infecções urinárias, de pele e gengivite;
- Cicatrização lenta: Pequenos ferimentos demoram a fechar, aumentando o risco de infecções mais graves;
- Formigamento nos pés e mãos: Pode indicar início de neuropatia diabética, uma das complicações mais comuns da doença.
Quando procurar ajuda médica
Se você apresenta alguns desses sinais, principalmente se tem histórico de diabetes na família, está acima do peso ou leva um estilo de vida sedentário, é fundamental procurar um médico. O diagnóstico precoce pode evitar complicações graves, melhorar a qualidade de vida e, em muitos casos, até reverter o quadro com mudanças de hábitos.
Para quem já tem o diagnóstico de diabetes, sintomas como visão embaçada, olhos secos ou cansaço extremo podem indicar que o controle glicêmico está inadequado. Nesses casos, uma reavaliação do tratamento com o endocrinologista é essencial.
Prevenir é mais fácil que remediar
A boa notícia é que a glicose alta pode ser controlada, e muitas vezes evitada, com medidas simples e eficazes: alimentação equilibrada, prática regular de atividade física, controle do estresse e acompanhamento médico. Também é fundamental fazer exames de rotina, especialmente o teste de glicemia e a dosagem de hemoglobina glicada.
Muita gente só descobre que está com glicose alta quando alguma complicação já se instalou. Por isso, é tão importante divulgar essas informações. Se você conhece alguém que apresenta esses sintomas, incentive essa pessoa a procurar ajuda. Isso porque, quanto antes o problema for identificado, maiores as chances de controle e qualidade de vida.
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