Oscilações nos níveis de glicemia fazem parte da rotina de quem convive com o diabetes, mas isso não significa que não seja possível encontrar equilíbrio. Na verdade, entender como os alimentos afetam o açúcar no sangue é uma das ferramentas mais poderosas para manter o controle — e o bem-estar.
De acordo com a American Diabetes Association (ADA), o que você come desempenha um papel enorme na forma como seu corpo lida com a glicose. Mais do que evitar “altos e baixos”, o foco deve ser, principalmente, aprender a fazer da alimentação uma aliada da sua saúde.
O papel dos carboidratos na glicemia
Quando falamos de comida e glicemia, o principal foco costuma recair sobre os carboidratos — e com razão. Eles são os principais responsáveis por elevar o açúcar no sangue, pois são quebrados em glicose durante a digestão. Essa glicose vira combustível para o corpo, mas, no diabetes, o processo de regulação através da insulina pode estar comprometido.
Ainda assim, para a ADA, há três tipos principais de carboidratos: amidos, açúcares e fibras. E o segredo não está em eliminar todos, mas em escolher melhor. Os carboidratos ricos em fibras, vitaminas e minerais — e pobres em açúcares adicionados e gorduras não saudáveis — devem ser prioridade no prato.
O que comer mais e o que comer menos
A recomendação da ADA é clara e prática. Baseado no Método do Prato, é possível fazer boas escolhas todos os dias:
Coma mais:
- Vegetais sem amido (metade do prato): alface, pepino, brócolis, tomate, feijão verde;
- Eles são ricos em fibras e pobres em carboidratos, gerando menor impacto na glicemia.
Coma com moderação:
- Frutas frescas, grãos integrais, vegetais ricos em amido (milho, ervilhas, batata-doce), feijões e lentilhas;
- Representam cerca de um quarto do prato. São fontes saudáveis de energia, mas com maior quantidade de carboidratos.
Tente comer menos:
- Alimentos com carboidratos refinados ou açúcar adicionado: refrigerantes, sucos, pães brancos, cereais açucarados, bolos, doces e salgadinhos industrializados;
- Esses alimentos geram picos rápidos de glicemia e oferecem pouco valor nutricional.
Hipoglicemia x Hiperglicemia: o equilíbrio é tudo
Se há glicose demais no sangue, falamos em hiperglicemia. Isso pode ocorrer por falta de insulina ou pela resistência do corpo à ação dela. Já níveis muito baixos indicam hipoglicemia, frequentemente causada por jejum prolongado, excesso de medicação ou pouca ingestão de carboidratos.
Por isso, como alerta a ADA, conhecer os sinais do seu corpo e monitorar a glicemia com frequência ajuda não só a reagir melhor aos desequilíbrios, mas também a preveni-los.
Conhecimento como estratégia
Saber o que está no seu prato é uma forma de autocuidado. A alimentação é uma ferramenta diária e poderosa para manter o diabetes sob controle. A boa notícia é que, com pequenas mudanças e escolhas conscientes, é possível transformar a sua relação com a comida — e com a glicemia.
Como reforça a American Diabetes Association, “você pode fazer sua comida trabalhar a favor da sua glicemia”. E isso começa com informação, planejamento e atenção aos sinais do seu corpo.
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